L'amour, uhhh, pas pour moi: Anna and the French Kiss, por Stephanie Perkins

02 julho 2011

Lido em inglêsEditora no Brasil: Novo Conceito
Anna Oliphant é forçada a ir estudar num colégio interno em Paris no seu último ano pelo seu pai. Ela nunca imaginou que isso iria acontecer e se vê numa cidade nova, numa escola nova, sem falar nada da língua, se sentindo mais deslocada do que nunca e morrendo de saudades da sua melhor amiga Bridge, de Toph, o menino que ela gosta, de sua mãe e de seu irmão. Mas aos poucos acaba se adaptando e fazendo amigos - entre eles Étienne StClair, um menino americano de sotaque inglês e nome francês que desperta coisas esquisitas dentro da nossa protagonista.
Em Paris, a cidade do amor, Anna acaba aprendendo mais sobre si mesma, sobre a vida e sobre o que realmente importa.




A sinopse que eu fiz não capta nem um terço do que é esse livro. Você provavelmente a leu e pensou “Ah, esse é mais um daqueles romances contemporâneos meio clichê”, quando não é verdade. Na minha opinião, um livro que tenha um tema tão banal e desperte tantas emoções é uma coisa genial. Quem me acompanha no twitter sabe que eu queria me casar com esse livro e o ler para sempre, para terem uma noção. Então essa resenha vai ser meio difícil. Eu sempre tenho problemas em fazer resenha de livros que eu gosto muito e elas sempre saem horríveis.

Anna and the French Kiss é uma história de crescimento e de amadurecimento, contada de forma engraçada e fofa. Os personagens são incrivelmente reais e os seus dramas e sentimentos são passados de forma clara, fazendo com que o leitor se identifique com eles. Não é um romance só pelo romance, tendo outras coisas acontecendo ao redor do envolvimento amoroso. Antes de mais nada, é sobre encontrar o lugar onde você pertence no mundo. Nem sempre é o que você gostaria, nem sempre é como você gostaria, mas quando acontece, vale a pena. Às vezes nem é um lugar de verdade e sim uma pessoa, quem sabe?
Uma coisa que me fez gostar ainda mais do livro é o desenvolvimento dele. Ele é lento. Não lento ai-que-saco-não-acontece-nada, mas sim lento no sentido de que tudo tem o seu tempo. Anna e St. Clair não se apaixonam perdidamente e juram amor depois de uma semana, Anna não ama Paris depois de um mês... As coisas vão crescendo com o tempo. Você pode ver que os sentimentos estão ali, como uma sementinha, e ver isso germinar é o que torna o livro mais mágico ainda. Eu acho um pé no saco esses amores violentos e repentinos que aparecem em alguns livros. Qual é, isso raramente acontece na realidade! O amor cresce. Aos poucos e devagar. Você só percebe quando é tarde demais, quando não tem mais volta. Quando para um dia e olha para a pessoa que você ama e percebe que você a ama, mesmo que você não queira, mesmo que você não possa, mesmo que aquilo seja estúpido.

Além disso, os personagens são muito reais. Eu queria ser amiga de todos eles e ir para o cinema ver, sei lá, Cinema Paradiso com a Anna, sair para desenhar com o Josh, ver a Meredith jogar futebol, tagarelar sobre história com o St. Clair, conversar com a Rashimi... Todos eles tem o seu papel na história e o que torna tudo mais legal é como a dinâmica deles vai se modificando depois que Anna chega. No início, eles eram de um jeito e, no final, são completamente diferentes. Isso é parte do crescimento dos personagens e dá uma riqueza tremenda à história.

Por fim, devo dizer que amei o jeito como a Stephanie Perkins escreve! É um estilo casual, mas elegante, pronta para fazer piada (mesmo que sutil). Adoro a forma como ela explora o sotaque britânico do St. Clair e as diferenças culturais em geral. Outra coisa que eu achei fantástica é que tem uma personagem que realmente usou calipígio. Sério, gente, eu achava que só eu e a Cherry_B conhecíamos essa palavra! E para quem leu em português, não, eles não traduziram a palavra corretamente. É, ficou em inglês, como se não houvesse equivalente em português sendo que há... E no email, ainda deixam “com uma bunda redondinha e bem feita” e do nada colocam Callypigian ali...

Isso é outra discussão, na verdade. Acho que quem ler em português vai peder MUITA coisa pelo que eu folheei no livro. Calipígio, o sotaque do St. Clair, não traduzirem o nome de Like water for chocolate (como água para chocolate, é, aquele do filme), traduzirem 5eme Arrondisement para Quinta Redondeza... além da revisão estar esquisita, com falas e narrações misturadas. Mas apesar disso, todo mundo que conheço que leu em português amou, então acho que a história é maior do que esses detalhezinhos (embora isso IRRITE.)


De qualquer forma, Anna and the French kiss é uma leitura essêncial!
(E a Stephenie Perkins é uma nerdfighter! DFTBA, people!)


Fatos aleatórios:
1) Anna and the French Kiss tem duas “companion novels”, Lola and the Boy Next Door e Isla and the Happyly ever after. Uma “companion novel” é uma história passada no mesmo mundo, com a aparição de alguns personagens dos outros livros, mas não necessariamente uma continuação direta. Pense na série Garotos, da Meg Cabot. Podem ser lidos separadamente, mas se você ler na ordem, vai se divertir muito com as referências aos outros personagens dos outros livros.

2) A autora fez uma playlist muito legal para o livro! Ouçam :D

3) Ela tem um blog muito legal! (E cabelo azul. E a lei diz: VOCÊ TEM QUE AMAR PESSOAS DE CABELO AZUL. Ponto.)

4)
Is it possible for home to be a person and not a place?

5) Eu fiz essa resenha ouvindo Postals from Italy e Elephant Gun, do Beirut. Elas combinam bem com o livro :D

Classificação: 5 quiches servidos na frente do Louvre.

7 Coleguinhas comendo bolo^^v:

Lilian disse...

Elephant Gun. OMG essa música é TÃO...

(Pena que a letra não diz nada com coisa nenhuma.)

Ah, vcs tão falando TANTO desse livro que eu vou ter que conferir. Vou tentar ler em inglês mesmo. Mas se não der, leio a tradução só pra ver como é que é.

(Não tou acostumada com esse universo YA, relevem.)

Ana Death Duarte disse...

Naum sei ainda se vou ler esse livro, sendo sincera. Mas confesso q sua resenha me dexou menos desinteressada nele heheheh

NÃo sou mesmo mto fã de romance, mas os outros elementos parecem ser legais. E, sim, o cabelo azul da autora é awesome {embora eu ache q deveria ser todo azul hahah}

Tb não gosto da FRança em geral, rsrsrs, acho q por esse conjunto naum me apaixonei pela idéia do livro logo de cara. Really q tem essas atrocidades de trad/rev no livro?

Fico tão triste qdo isso acontece, muita mancada... =///////////

Bom, vou pensar ainda se vou lê-lo, heheh, mas pelo menos estou considerando ow! =D

Bjus

Priscila Shibahime disse...

Eu ia ler né (em português) mas aí você veio dizer que fizeram atrocidades com a tradução UAHUHAHAUAUA broxante ):

Sarita disse...

Resenha horrível uma ova Dona Bell. Tá ótima! Casar com o livro? Esta foi boa! Amei o fato dos personagens parecerem reais... O cabelo da Stephanie é m-a-r-a!

Isa Pina disse...

Você faz uma resenha ótima e diz que é ruim? Haha, tá de brincadeira, hein ;)
Eu também adorei o livro - e olha que li a versão em português, mas depois de você falar que quem lê nessa perde tanta coisa, vou acabar comprando o original... E de fato, a Stephanie é mara! Adorei a playlist que ela criou e além do mais, CABELO AZUL!!!
Beijos,
Isa. / portal dos livros

Cíntia Mara disse...

Eu sempre desconfio de livros que todo mundo elogia, mas estou morrendo de vontade de ler este. Só não comprei ainda porque dizem que a edição em português não é muito boa (que burra, fiz uma compra no BWB sábado e me esqueci dele).

um livro que tenha um tema tão banal e desperte tantas emoções é uma coisa genial
Concordo! Essa autora deve ser excelente, e isso é o que me deixa com mais vontade.

é uma história de crescimento e de amadurecimento, contada de forma engraçada e fofa. [...] Não é um romance só pelo romance, tendo outras coisas acontecendo ao redor do envolvimento amoroso.
Essa parte me lembrou de The sisterhood of the traveling pants, série que eu AMO, porque não trata os adolescentes como alienados que só enxergam seu próprio umbigo, mas tem todo um contexto pras coisas acontecerem.

As coisas vão crescendo com o tempo.
Já outras pessoas elogiarem pelo mesmo motivo.

Corri pro Google pra saber o que é "calipígio". Er... Considerando que eu estava no trabalho, acho que eu não deveria ter pesquisado nas imagens.

Amei a resenha :) Deu pra perceber, né?

Bjs

Isadora Iwahashi disse...

Que lindo eu tenho cabelo (mechas) azuis, isso quer dizer que as pessoas tem que me amar? *-*

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