Mas essas duas obras (E Maria Antonieta) deram um ar todo especial para Paris e aposto que quando voltar lá, vou ficar surtada.
Tudo bem. Vamos ao que interessa.
Meia-Noite em Paris é 41º filme do Woody Allen, escrito e dirigido por ele como todos os outros. Conta a história de um casal que é noivo, mas que está sintonizado em coisas diferentes. Gil é um escritor de roteiros para televisão que quer passar a escrever livros, mas é perfeccionista demais para deixar que outra pessoa leia e avalie o seu livro. Além disso, é meio neurótico (como todos os personagens do Woody Allen) e ama Paris. Sua noiva, Inez, é filha de americanos conservadores e pensa como eles, em geral, não apreciando a beleza da cidade nem o trabalho do seu noivo. Enquanto ele quer apreciar a cidade, ela quer sair para dançar. Enquanto ele quer calma e tranquilidade para trabalhar no seu romance, ela exige que ele a acompanhe atrás de móveis para a futura casa deles e outras coisas assim.
E é num dos passeios que ele descobre que quando dá Meia-Noite em Paris, coisas mágicas acontecem...
Coisas mágicas de verdade.
Entendam, Gil é uma daquelas pessoas que sonha em viver em outra época. Os anos 20 em Paris seriam a "Era de Ouro", com todo o glamour, com todos os seus autores favoritos, todos os pintores renomados e todos os músicos legais. Além disso, o seu romance é sobre isso: um homem que trabalha num antiquário, vendendo memórias. E o filme também é sobre isso, sobre como algumas pessoas estão tão insatisfeitas com o seu tempo que se refugiam com a ideia de que o passado seria bem melhor, sem perceber as coisas boas que acontecem ao seu redor.
É legal ir para o cinema sem saber nada sobre o filme e ser surpreendido enquanto as coisas acontecem. Se você tiver um bom pano de fundo em história da literatura e da arte, o filme será mais divertido ainda. Mas mesmo que não saiba nada sobre o Scott Fitzgerald, o Ernest Hemmingway, o Pablo Picasso ou sobre o Salvador Dali, você vai se divertir. E essa é a magia: apesar das milhões de referências, é uma história que toca a todo mundo. Mas, shhh, parei por aqui com a história.
Vamos a aspectos mais técnicos. Não sou expert em cinema nem nada, mas o jeito que Paris é captada é simplesmente perfeito. Citando o próprio filme, algo mágico acontece em Paris na chuva. Além disso, os diálogos são muito bons e a essência de alguns personagens é passada claramente através deles, mesmo que tenha poucas falas. Todos os atores estão ótimos em seus papéis, principalmente o Owen Wilson. Não vou entrar no fato de que algumas pessoas disseram que o papel teve que ser escrito para se adequar a ele, porque de qualquer forma, ele está MUITO bom. Normalmente não gosto dele (e a Valéria odeia), mas em Meia-noite em Paris não tem como não amá-lo. Assim como não tem como não odiar a Inez da Rachel McAdams ou o insuportável Paul do Michael Sheen.
Ou não adorar a Adriana da Marion Cotillard.
Bem, não poder falar muito sobre a história do filme meio que quebrou minhas pernas, então vou parar por aqui dizendo: ASSISTAM. É um bom entretenimento, recheado de referências culturais e um prato cheio para amantes da literatura e da arte.
O trailer:
Uma resenha muito boa, com revelações sobre o enredo, é do Cinema com Mel!
Ah, vale lembrar que o próximo projeto do Sr. Allen é em ROMA e vai ter o Jesse Eisenberg e a a Ellen Page. Ou seja: vai ser só o ouro. Imagina o Jesse, que já é neurótico, como um dos personagens do Woody Allen? Sério. Cadê Bop Decameron??
E fica uma pergunta, para finalizar: Qual época seria a ideal para viver, na sua opinião??
2 Coleguinhas comendo bolo^^v:
Não sou muito ligada em cinema, e pelo título eu provavelmente deixaria esse filme passar (quer título mais filme-da-sessão-da-tarde do que "Meia Noite em Paris"?xD). Mas sua resenha me deixou realmente interessada! Quanto à sua pergunta final, eu preferiria continuar vivendo neste tempo mesmo, obrigada. Voltar ao passado só é legal mesmo para homens, que sempre puderam fazer o que bem entendessem de suas vidas (ao menos a maioria deles). A menos de um século atrás ser mulher significava ficar em casa parindo e fazendo prendas domésticas, sem direito a discussão. Qualquer uma que resolvesse fazer diferente tinha que lutar e sofrer pra kct para alcançar seu objetivo, quando alcançava. E ainda hoje as mulheres precisam vencer preconceitos e barreiras diariamente, mesmo que eles já sejam bem menores que os do passado. Eu só acho o passado legal naqueles livros/filmes/whatever de fantasia, em que o mundo (tecnologia, roupas, enfim, toda essa parte física) é igual ao do passado, mas o pensamento é como o dos dias de hoje. Daí sim poderia ser divertido, ^^ (se eu pudesse escolher, iria parar em uma aventura steampunk, xD).
Já tinha ouvido falar desse filme. Fiquei muito interessada pela sua resenha e gostei do trailer (:
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