Let's do it (let's fall in love): Meia-Noite em Paris

06 julho 2011

Sei lá o que está havendo com o mundo, mas uma conjectura de fatores me levaram a ler Anna and the French Kiss um pouco depois de ver Meia-Noite em Paris. Antes de continuar com essa resenha cinematográfica, devo dizer que não, eu não gosto tanto assim de Paris. Não sei se foi pelo tempo que passei lá, pela correria que foi ou o quê, mas sempre, na minha cabeça, preferi Londres.
Mas essas duas obras (E Maria Antonieta) deram um ar todo especial para Paris e aposto que quando voltar lá, vou ficar surtada.

Tudo bem. Vamos ao que interessa.




Meia-Noite em Paris é  41º filme do Woody Allen, escrito e dirigido por ele como todos os outros. Conta a história de um casal que é noivo, mas que está sintonizado em coisas diferentes. Gil é um escritor de roteiros para televisão que quer passar a escrever livros, mas é perfeccionista demais para deixar que outra pessoa leia e avalie o seu livro. Além disso, é meio neurótico (como todos os personagens do Woody Allen) e ama Paris. Sua noiva, Inez, é filha de americanos conservadores e pensa como eles, em geral, não apreciando a beleza da cidade nem o trabalho do seu noivo. Enquanto ele quer apreciar a cidade, ela quer sair para dançar. Enquanto ele quer calma e tranquilidade para trabalhar no seu romance, ela exige que ele a acompanhe atrás de móveis para a futura casa deles e outras coisas assim.
E é num dos passeios que ele descobre que quando dá Meia-Noite em Paris, coisas mágicas acontecem...
Coisas mágicas de verdade.



Entendam, Gil é uma daquelas pessoas que sonha em viver em outra época. Os anos 20 em Paris seriam a "Era de Ouro", com todo o glamour, com todos os seus autores favoritos, todos os pintores renomados e todos os músicos legais. Além disso, o seu romance é sobre isso: um homem que trabalha num antiquário, vendendo memórias. E o filme também é sobre isso, sobre como algumas pessoas estão tão insatisfeitas com o seu tempo que se refugiam com a ideia de que o passado seria bem melhor, sem perceber as coisas boas que acontecem ao seu redor.

É legal ir para o cinema sem saber nada sobre o filme e ser surpreendido enquanto as coisas acontecem. Se você tiver um bom pano de fundo em história da literatura e da arte, o filme será mais divertido ainda. Mas mesmo que não saiba nada sobre o Scott Fitzgerald, o Ernest Hemmingway, o Pablo Picasso ou sobre o Salvador Dali, você vai se divertir. E essa é a magia: apesar das milhões de referências, é uma história que toca a todo mundo. Mas, shhh, parei por aqui com a história.

Vamos a aspectos mais técnicos. Não sou expert em cinema nem nada, mas o jeito que Paris é captada é simplesmente perfeito. Citando o próprio filme, algo mágico acontece em Paris na chuva. Além disso, os diálogos são muito bons e a essência de alguns personagens é passada claramente através deles, mesmo que tenha poucas falas. Todos os atores estão ótimos em seus papéis, principalmente o Owen Wilson. Não vou entrar no fato de que algumas pessoas disseram que o papel teve que ser escrito para se adequar a ele, porque de qualquer forma, ele está MUITO bom. Normalmente não gosto dele (e a Valéria odeia), mas em Meia-noite em Paris não tem como não amá-lo. Assim como não tem como não odiar a Inez da Rachel McAdams ou o insuportável Paul do Michael Sheen.
Ou não adorar a Adriana da Marion Cotillard.

Bem, não poder falar muito sobre a história do filme meio que quebrou minhas pernas, então vou parar por aqui dizendo: ASSISTAM. É um bom entretenimento, recheado de referências culturais e um prato cheio para amantes da literatura e da arte.
O trailer:

Uma resenha muito boa, com revelações sobre o enredo, é do Cinema com Mel!

Ah, vale lembrar que o próximo projeto do Sr. Allen é em ROMA e vai ter o Jesse Eisenberg e a a Ellen Page. Ou seja: vai ser só o ouro. Imagina o Jesse, que já é neurótico, como um dos personagens do Woody Allen? Sério. Cadê Bop Decameron??

E fica uma pergunta, para finalizar: Qual época seria a ideal para viver, na sua opinião??

2 Coleguinhas comendo bolo^^v:

Angélica disse...

Não sou muito ligada em cinema, e pelo título eu provavelmente deixaria esse filme passar (quer título mais filme-da-sessão-da-tarde do que "Meia Noite em Paris"?xD). Mas sua resenha me deixou realmente interessada! Quanto à sua pergunta final, eu preferiria continuar vivendo neste tempo mesmo, obrigada. Voltar ao passado só é legal mesmo para homens, que sempre puderam fazer o que bem entendessem de suas vidas (ao menos a maioria deles). A menos de um século atrás ser mulher significava ficar em casa parindo e fazendo prendas domésticas, sem direito a discussão. Qualquer uma que resolvesse fazer diferente tinha que lutar e sofrer pra kct para alcançar seu objetivo, quando alcançava. E ainda hoje as mulheres precisam vencer preconceitos e barreiras diariamente, mesmo que eles já sejam bem menores que os do passado. Eu só acho o passado legal naqueles livros/filmes/whatever de fantasia, em que o mundo (tecnologia, roupas, enfim, toda essa parte física) é igual ao do passado, mas o pensamento é como o dos dias de hoje. Daí sim poderia ser divertido, ^^ (se eu pudesse escolher, iria parar em uma aventura steampunk, xD).

Patricia Lima disse...

Já tinha ouvido falar desse filme. Fiquei muito interessada pela sua resenha e gostei do trailer (:

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